terça-feira, 6 de agosto de 2013

A Expansão Marítima (XIV/XV)

Continentes conhecidos pelos Europeus no início do século XVI.

Às vésperas da expansão marítima e comercial, a Europa conheceu uma crise de grandes proporções: a crise geral do feudalismo. No entanto, já em meados do século XV, com a superação da crise geral do século XIV, fruto do processo de reurbanização, um amplo redirecionamento ocorreu nos campos político, econômico, social e cultural na Europa, desencadeando, uma nova conjuntura característica da Idade Moderna, descrita pela Formação dos Estados Modernos, pelo surgimento do Absolutismo e do Renascimento. A Expansão Marítima e Comercial se inseriu nesse amplo quadro de transformações que marcaram a desagregação do sistema feudal – mais lento ou mais acelerado, dependendo da região da Europa a ser considerada.

O MEDO DE NAVEGAR NOS MARES DESCONHECIDOS

Na primeira imagem observamos monstros gigantescos ameaçando um barco, e na segunda, a teoria de que o mar teria um fim, como um abismo além do horizonte. Ambas as imagens também demonstram a influencia do teocentrismo no imaginário europeu.

Até o final do século XV, o mundo conhecido pelos europeus se restringia ao seu próprio continente, à parte norte da África e a algumas localidades da Ásia. Essas regiões estavam integradas pelo comércio cujas rotas percorriam os portos às margens do Mediterrâneo. Todo tipo de artigos era comercializado: ouro, escravos, artigos de luxo, condimentos e sal. 
Muitos eram os palpites do como seriam os habitantes das terras desconhecidas e o que poderiam os europeus achar ao chegar lá. Além das lendas sobre o Oriente, existiam também narrativas menos fantasiosas, como os relatos de viagens. Desses relatos, destacou-se Marco Pólo, mercador veneziano que viajou ao Oriente no final do século XIII. Marco Pólo conheceu boa parte da Ásia, passando por regiões da China, da Índia e do Império Mongol. 

CONDIÇÕES E MOTIVAÇÕES DA EXPANSÃO MARÍTIMA

Obter produtos mais baratos. 
Desejo de espalhar a fé cristã. 
Curiosidade pelo mundo desconhecido. 
Condições Geográficas: proximidade do oceano Atlântico. 
Os marinheiros portugueses já conheciam a bússola ou agulha de marear e o astrolábio. 

O MERCANTILISMO

Um dos fundamentos do mercantilismo era a medida da riqueza de um país pela quantidade de metais preciosos que possuía. Isso levou à política econômica chamada de metalismo. Outro item fundamental do mercantilismo era a balança comercial favorável, ou seja, era necessário vender mais e comprar menos de outros países. Uma forma de diminuir as importações era aumentar os impostos sobre essa movimentação, prática chamada de protecionismo. O comercio ultramarino também entrava na lógica mercantilista.

O EXPANSIONISMO PORTUGUÊS: O PÉRIPLO AFRICANO E A ROTA ORIENTAL


No contexto da expansão portuguesa, as seguintes etapas devem ser destacadas:

1415 – a conquista de Ceuta, importante entreposto comercial árabe localizado no norte da África, é considerada como o marco inicial do expansionismo português.
1418-1483 – etapa marcada pela descoberta e início da ocupação das ilhas do Atlântico: Madeira (1418-1419); Açores (1427-1428); Cabo Verde(1456). Essa etapa também foi assinalada pela ocupação de pontos estratégicos no litoral africano: Cabo Bojador (1434); Serra Leoa(1460); Congo(1483).
1487-1488 – período marcado pela chegada de uma expedição comandada por Bartolomeu Dias à extremidade sul do continente africano (Cabo da Boa Esperança). A importância dessa etapa relaciona-se à comprovação de que a rota oriental (Périplo Africano), desenvolvida pelos portugueses, era viável para se alcançar as Índias. Afinal, transposto esse obstáculo, estava “aberto” o caminho para o Oriente.
1498 – chegada da expedição comandada por Vasco da Gama às Índias (Calicute).
1500 – expedição comandada por Pedro Álvares Cabral, formada por cerca de 1500 homens. Essa expedição alcançou no Atlântico sul, o território que viria a se chamar Brasil. Depois de alguns dias ele atravessou o Atlântico, contornou a extremidade sul do continente africano, atingiu as Índias e deu prosseguimento à exploração comercial iniciada por Vasco da Gama.

As expedições de Cabral não pararam por ai, posteriormente se estabeleceram no sudeste da Ásia, em 1511, com a conquista de Malaca. Em 1517 alcançaram a China, onde em 1557, Macau rapidamente se transformou em porta de acesso dos portugueses ao império chinês. No Japão os portugueses não se estabeleceram em nenhum ponto estratégico, a exemplo do que havia ocorrido na China. No entanto, o território era rico em Prata o que possibilitou rentáveis negócios para os comerciantes lusitanos.

O EXPANSIONISMO ESPANHOL

Em fins do século XV, os espanhóis iniciaram sua participação no processo expansionista. Também nesse caso, a centralização política e a formação do Estado Nacional Moderno, ambas alcançadas em 1492, desempenharam um papel decisivo. O projeto expansionista espanhol deve ser entendido como o resultado da convergência entre interesses religiosos, políticos e econômicos. Observando as rotas marítimas desenvolvidas por portugueses e espanhóis, percebe-se que elas eram diferentes. No entanto, em ambos os casos, os resultados foram semelhantes no que se refere a manutenção dos anseios mercantilistas materializados no bulionismo (metalismo) e no colonialismo.
Na Europa as notícias de que os espanhóis haviam alcançados as Índias acirrou os conflitos entre Portugal e Espanha. 
Nesse contexto, entende-se a preocupação do governo português, principalmente depois que o papa Alexandre VI, em 1493, determinou a divisão das terras “descobertas” e “ a descobrir” por meio de um meridiano que passava a 100 léguas a oeste de Cabo Verde. De acordo com a proposta do papa – que era espanhol -, outorgava-se à Espanha todas as terras situadas a oeste, e a Portugal as terras localizadas a leste desse meridiano. Porém essa interferência papal não foi aceita pelos portugueses temendo que a rota oriental pela África fosse prejudicada.
No ano seguinte, em 1494, os dois reinos ibéricos assinaram o Tratado de Tordesilhas, deslocando o meridiano para 370 léguas a oeste de Cabo Verde. Sem dúvida o Tratado de Tordesilhas foi uma vitória da diplomacia portuguesa, uma vez que garantiu o controle do périplo africano para oriente, a hegemonia sobre o Atlântico Sul e a posse de terras que a Coroa Portuguesa suspeitava existirem no continente Americano. 
O projeto expansionista dos espanhóis não se limitou aos empreendimentos de Colombo. Outras expedições foram realizadas, entre as quais vele destacar a de Fernão de Magalhães e Sebastião Elcano (1519-1522).

O Mapa apresenta a Bula Intercoetera proposta em 1493 pelo papa espanhol e negada peloa portugueses e o Tratado de Tordesilhas assinado em 1494, que dividia o mundo colonial entre Portugal e Espanha

Texto escrito por Larissa Martins

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR

1) (PUCCamp-SP) O processo de colonização européia da América, durante os séculos XVI,XVII e XVIII, está ligado à:

a) expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das monarquias nacionais absolutas e à política mercantilista.
b) Disseminação do movimento cruzadista, ao crescimento do comércio com os povos orientais e à política livre-­cambista.
c) Política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola das terras e ao crescimento do comércio bilateral. Criação das companhias de comércio, ao desenvolvimento do modo feudal de produção e à política liberal.
d) Política industrial, ao surgimento de um mercado interno consumidor e ao excesso de mão-de-obra livre.

2) (Cesup/Unaes/Seat-MS)- Na expansão da Europa, a partir do século XV, encontramos intimamente ligados à sua história:
a) a participação da Espanha nesse empreendimento, por interesse exclusivo de Fernando de Aragão e Isabel de Castela, seus soberanos na época;
b) a descoberta da América, em 1492, anulou imediatamente o interesse comercial da Europa com o Oriente;
c) o tratado de Tordesilhas, que dividia as terras descobertas entre Portugal e Espanha, sob fiscalização e concordância da França, Inglaterra e Holanda;
d) Portugal, imediatamente após o descobrimento do Brasil, iniciou a colonização, extraindo muito ouro para a Europa, desde 1500;
e) O pioneirismo português.

GABARITO

1) A
2) E

BIBLIOGRAFIA:

Fontes: Livros Caminhos da História- Editora Positivo – 2006
Livro Ser Protagonista, volume único – editora SM – 2010

Sites de Pesquisa: http://www.mundovestibular.com.br/articles/4398/1/A-EXPANSAO-MARITIMA-EUROPEIA/Paacutegina1.html
http://www.infoescola.com/historia/expansao-maritima/

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