segunda-feira, 25 de março de 2013

Estado Novo (1937-1945)


ANTECEDENTES:

Diante da insurreição comunista ocorrida em 1935, o Congresso Nacional aprovou uma série de medidas que aumentaram o poder de Vargas. O Brasil vivia em estado de guerra, e os parlamentares autorizaram o governo a atuar de forma representativa diante das manifestações políticas. Fortalecia-se a ideia de instaurar no Brasil um governo autoritário apoiado pelas Forças Armadas e pelas elites políticas, garantindo o prestigio dos trabalhadores. Em 1937 Vargas arquitetou um golpe de Estado. O oficial integralista Olímpio Mourão Filho redigiu um texto fictício que simulava um plano conspiratório comunista, para a tomada do poder: O Plano Cohen.
Em nome da Segurança Nacional e apoiado em um sentimento anticomunista, Vargas determinou o fechamento do Congresso Nacional, a extinção dos partidos políticos, o encerramento das eleições em curso e a suspensão da constituição de 1934, que foi substituída por uma nova carta.
Era o início do Estado Novo no Brasil, onde a ditadura perdia seu disfarce.

A imagem ilustra a cocentração de trabalhadores no estádio do Pacaenbú, em São Paulo, demosntrando o culto à personalidade de Vargas.
 
O ESTADO NOVO:

O Estado Novo caracterizou-se pela centralização política e pela modernização da indústria nacional, e estruturou-se baseado nos governos fascistas surgidos na Europa. Uma nova constituição foi apresentada a população, a qual ficou conhecida como “Polaca”, por sua semelhança com a carta nazista polonesa. A Constituição tinha caráter anti-liberal e anti-comunista e dava amplos poderes ao presidente da república.
O Estado fora todo reorganizado. As liberdades individuais foram restringidas, tais como as greves a livre associação dos trabalhadores (os sindicatos). O Judiciário foi submetido ao Executivo e os estados perderam sua autonomia.
Os opositores contra o governo eram duramente reprimidos. Com o objetivo de anular qualquer tipo de revolta que pudesse colocar o governo de Vargas em perigo.
Para conquistar a opinião pública, o governo se esforçou para mostrar um lado protetor, sobretudo, as classes mais desfavorecidas anunciando em 1943 a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), reunindo as mais variadas regulamentações. Com isso, foi mantido sob controle o operariado. Tal fato consolidou a nomeação de Vargas popularmente como: “O pai dos pobres”.

A informação controlada:
Vargas não só controlou as manifestações sociais contra o governo, como também pretendia controlar o fluxo de informações. Para isso, além de proibir ideias contrarias ao seu governo, como o cinema e a música, estimulou uma série de campanhas e propagandas a fim de maquiar sua imagem centralizadora e o governo ditatorial. Foi criado em 1938 o DIP – Departamento de imprensa e Propaganda, responsável por coordenar a propaganda política do Estado, e exercer a censura a qualquer atividade cultural considerada subversiva.
O rádio foi um novo meio de comunicação, que chegou ao Brasil em 1920 e ganhou popularidade em 1930. Foi através do rádio que Vargas falava ao povo diariamente garantindo o controle das massas. Com o rádio foi possível criar a imagem de um presidente que defendia a pátria e os valores nacionais. O DIP dirigia a transmissão da “Hora do Brasil”, programa de rádio que divulgava as ações do governo, além da elaboração de programas e cartilhas escolares com imagens positivas do presidente.

A imagem retrata o auditório da Rádio Nacional, a qual foi criada em 1936 e compradapelo governo em 1940, se tornando a “Emissora do Estado” e campeã de audiencia.

Capa da cartilha Getúlio Vargas, o amigo das crianças,1940



Medidas educativas, culturais e econômicas:
A produção cinematográfica teve grande impulso nos anos de 1930, cujo objetivo era ampliar a cultura do povo brasileiro, tornando-se um importante veículo de difusão de ideias e valores.
Vargas tornou obrigatória a exibição de filmes nacionais educativos de curta metragem antes de qualquer sessão, afim de divulgar a história e os valores nacionais e realizar propagandas de seu governo.

A charge representa intelectuais e artistas brasileiros apoidos por Capanema, que  buscavam difundir os valores nacionalistas e também apoiavam o governo de Vargas.

Em 1937, houve a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico (SPHAN). Órgão responsável pela conservação dos bens móveis e imóveis relacionados a História e cultura do Brasil.
Gustavo Capanema foi um importante aliado de Vargas na educação. Sendo ministro da educação e saúde de 1934 ate 1945. No campo artístico Capanema associou a educação ao patriotismo, instituindo nas escolas as matérias de Educação Moral e Cívica, que pretendia formar um cidadão amante da pátria, segundo critérios de boa conduta e moral. Ele também investiu no Ensino Técnico Profissionalizante para a formação de profissionais capacitados a trabalhar na indústria, e no o Ensino Superior.

Cartilha utilizada nas escolas: “ A Juventude no Estado Novo”,1942.

Para dirigir as atividades econômicas do país foi criado o Conselho de Economia Nacional baseado na incorporação de indústrias de base, como a Companhia Siderúrgica Nacional em 1940 e a Vale do Rio Doce em 1942, acalentando um projeto desenvolvimentista nacional. O projeto nacional-desenvolvimentista buscava captar recursos estrangeiros geridos pelo Estado para o investimento na indústria nacional.
A indústria siderúrgica destinava-se a produção de aço e a segunda à extração de minérios, vital para a fabricação do aço. Esse minério ainda era exportado para alimentar a indústria bélica internacional.
A política industrial no Estado Novo e a eclosão da Segunda Guerra Mundial contribuíram para a consolidação do processo de industrialização brasileira.

FIM DO ESTADO NOVO:

Desde a década de 1930 o Brasil mantinha relações comerciais com a Alemanha sob o governo de Hitler. Porém, com a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial e a necessidade de Vargas de obter capital para financiar a industrialização nacional, o Brasil teve que romper relações com os países do Eixo. Com isso, os EUA subsidiaram a indústria brasileira em troca de matérias-primas e de união aos Aliados.
O ataque do Eixo a cinco navios brasileiros foi o estopim para que o Brasil declarasse guerra á Alemanha, Itália e Japão em 1942.

A imagem retrata a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial.

O posicionamento do Brasil na Segunda Guerra Mundial levou a um debate político interno: que refletia sobre a realidade da população brasileira viver sob um regime autoritário e fechado (ditadura), após o Estado se aliar a forças democráticas.
Tal questionamento fez com que lideranças civis pressionassem o presidente para a volta de eleições diretas e partidos políticos livres, ou seja, que o país retomasse o regime democrático. Ao final da Segunda Guerra, as pressões aumentaram fazendo com que Getúlio Vargas anunciasse eleições para o fim do ano (1945) e permitisse a formação de novos partidos. Em contraposição à saída de Vargas foi formado pela sociedade civil um movimento popular denominado Queremismo, que sob o lema “Queremos Getúlio!”, que pedia uma nova constituição para o país sob o comando de Vargas.
No entanto, havia o temor de que Getúlio Vargas, sustentado por sua popularidade tramasse outro golpe e permanecesse no poder. Com tal receio, Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, membros conservadores do governo, em 1945 realizaram um Golpe de Estado para depor Vargas e realizaram as eleições sob o regime democrático. Nas eleições, com o apoio de Vargas, Eurico Gaspar Dutra saiu vitorioso. Dando fim aos 15 anos de ditadura.

Texto e
scrito por Fernanda Coimbra.

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÃO DE VESTIBULAR.

(Fuvest-SP) – O governo de Vargas, no período de 1937 a 1945, pode ser considerado:
a) presidencialismo autocrático
b) parlamentarismo populista
c) presidencialismo democrático
d) parlamentarismo oligárquico
e) ditadura socialista

Gabarito: [A] *Autocrático: Forma de governo na qual um único homem detém o poder supremo. Ele tem controle absoluto em todos os níveis de governo, sem o consentimento dos governados.

BIBLIOGRAFIA:
Livro de História: Ser Protagonista /1a edição São Paulo, 2010. Editora SM Ltda;
Livro de História: Por Dentro da História/1a edição, 2007. Editora Escala Educacional;
Sites de pesquisa:
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/estado-novo-1937-1945-a-ditadura-de-getulio-vargas.htm 
http://www.mundovestibular.com.br/articles/4375/1/ERA-VARGAS/Paacutegina1.html

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